O Self define-se como uma estrutura cognitiva que permite que a pessoa reflicta sobre si própria. O Self armazena crenças, imagens, esquemas e emoções que determinam a forma como nos relacionamos connosco e com os outros e que levam à criação do nosso auto-conceito.
Por sua vez, a Teoria das Discrepâncias do Eu sugere que existem três instâncias do nosso Self, que designa como Eu – o Eu real, o Eu ideal, e o Eu obrigatório. Estes Eu’s surgem como avaliações que fazemos do nosso Self – as avaliações que fazemos de quem somos efectivamente (Eu real), as representações que temos do que desejávamos ser ou sentir (Eu ideal), e as representações que formamos do que temos obrigatoriamente que ser (Eu obrigatório).
Confuso? Vejamos as questões que nos permitem identificar cada um destes Eu’s e à medida que lê, proponho-lhe que se questione também sobre que características suas se enquadram em cada uma destas instâncias:
· Eu real: Quem é que eu sou? Como é que sou? O que é que me define? Procure por tudo o que na sua vida começa com “Eu sou…”.
· Eu ideal: Quem é que eu gostaria de ser? Que características é que eu idealizava ter? Note os seus aspectos que se prendem com “eu gostava de…”.
· Eu obrigatório: Quem é que eu tenho que ser? Quem é que os outros me forçam a ser? Quem é que eu me obrigo a ser? Repare em tudo o que na sua vida coloca como um “devo…” ou um “tenho que…”.
Sugiro-lhe agora um novo exercício: sobreponha estes Eu’s. Coloque as características que descreveu para cada um dos Eu’s lado a lado e verifique quantas delas são comuns aos três.
Se notar que os três estão muito longe uns dos outros, não se assuste. É bom idealizarmos características que gostaríamos de ter, e é natural que existam algumas características nossas que derivam da ideia que temos relativamente ao que deveríamos ser. Por isso, se eles estiverem muito longe, procure perceber de que forma eles podem começar a comunicar entre si e a tornar-se um pouco mais próximos.
Se verificar que algum dos seus Eu’s está tão presente que está a tirar espaço aos outros, procure perceber o que está a gerar isso, e tente progressivamente dar voz aos restantes Eu’s. É importante que estes Eu’s ideal e obrigatório não tirem todo o espaço ao nosso Eu real, e é também importante que o nosso Eu real dê espaço a que tenhamos características que gostaríamos de ter, ou mesmo que por vezes temos que ter. Cada um de nós, enquanto pessoa, é composto por estas três instâncias, e é o equilíbrio que estabelecemos entre cada uma delas que nos permite “ser” em pleno.
Referências
Brandão, A. & Vasco, A. B. (2006). Discrepâncias do Eu: Diferenças estruturais entre as populações não-clínica e clínica avaliadas com o MCMI-II. Psilogos, 3 (1), 22-52.
Conceição, N. & Vasco, A. B. (2005). Olhar para as necessidades do self como um boi para um palácio: Perplexidades e fascínio. Psychologica, 40, 55-73.
Wolfe, B. (2005). Understanding and treating anxiety disorders: An integrative approach to healing the wounded self. Washington, DC US: APA. doi:10.1037/11198-000
Por sua vez, a Teoria das Discrepâncias do Eu sugere que existem três instâncias do nosso Self, que designa como Eu – o Eu real, o Eu ideal, e o Eu obrigatório. Estes Eu’s surgem como avaliações que fazemos do nosso Self – as avaliações que fazemos de quem somos efectivamente (Eu real), as representações que temos do que desejávamos ser ou sentir (Eu ideal), e as representações que formamos do que temos obrigatoriamente que ser (Eu obrigatório).
Confuso? Vejamos as questões que nos permitem identificar cada um destes Eu’s e à medida que lê, proponho-lhe que se questione também sobre que características suas se enquadram em cada uma destas instâncias:
· Eu real: Quem é que eu sou? Como é que sou? O que é que me define? Procure por tudo o que na sua vida começa com “Eu sou…”.
· Eu ideal: Quem é que eu gostaria de ser? Que características é que eu idealizava ter? Note os seus aspectos que se prendem com “eu gostava de…”.
· Eu obrigatório: Quem é que eu tenho que ser? Quem é que os outros me forçam a ser? Quem é que eu me obrigo a ser? Repare em tudo o que na sua vida coloca como um “devo…” ou um “tenho que…”.
Sugiro-lhe agora um novo exercício: sobreponha estes Eu’s. Coloque as características que descreveu para cada um dos Eu’s lado a lado e verifique quantas delas são comuns aos três.
Se notar que os três estão muito longe uns dos outros, não se assuste. É bom idealizarmos características que gostaríamos de ter, e é natural que existam algumas características nossas que derivam da ideia que temos relativamente ao que deveríamos ser. Por isso, se eles estiverem muito longe, procure perceber de que forma eles podem começar a comunicar entre si e a tornar-se um pouco mais próximos.
Se verificar que algum dos seus Eu’s está tão presente que está a tirar espaço aos outros, procure perceber o que está a gerar isso, e tente progressivamente dar voz aos restantes Eu’s. É importante que estes Eu’s ideal e obrigatório não tirem todo o espaço ao nosso Eu real, e é também importante que o nosso Eu real dê espaço a que tenhamos características que gostaríamos de ter, ou mesmo que por vezes temos que ter. Cada um de nós, enquanto pessoa, é composto por estas três instâncias, e é o equilíbrio que estabelecemos entre cada uma delas que nos permite “ser” em pleno.
Referências
Brandão, A. & Vasco, A. B. (2006). Discrepâncias do Eu: Diferenças estruturais entre as populações não-clínica e clínica avaliadas com o MCMI-II. Psilogos, 3 (1), 22-52.
Conceição, N. & Vasco, A. B. (2005). Olhar para as necessidades do self como um boi para um palácio: Perplexidades e fascínio. Psychologica, 40, 55-73.
Wolfe, B. (2005). Understanding and treating anxiety disorders: An integrative approach to healing the wounded self. Washington, DC US: APA. doi:10.1037/11198-000